é só mais letras.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

EU SINTO MUITO


Mãe, os remédios não somem por acaso. As luzes não se apagam por falta de energia. E há um motivo obvio por ter tantos apontadores, em casa, sem lamina. As coisas nunca são como esperamos. Acidentes não acontecem comigo. Cada passo é pensado. E se estou caminhando pro fim, bem... Mãe, eu planejei assim. Eu não aguento toda essa chuva, eu não sei procurar abrigo, eu não sei abrir o guarda-chuva, eu não sei correr. Novembro é demais pra mim. E é novembro o ano todo. Chove toda tarde. Todos os dias.
Eu queria poder voltar ao inicio.
Eu queria te dizer tudo isso.
Eu queria me sentir culpada, mas eu culpo vocês.

Alinne F.

Eu sinto frio. Porra, eu realmente sinto frio.

A janela ta aberta. Porque você não vai fecha-la? 
Você ainda ta ai? A JANELA TA ABERTA PORRA. 
Você ta me ouvindo?

Merda.

Merda.

Merda.

A janela ta aberta, 



sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Os meus olhos mudam de cor. 
Oscilam entre verde, azul e acinzentado.
(...)
Gosto de te contar as coisas, mesmo que não queira saber.
Desculpa. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Entenda,

alguma vez na vida você tem que sangrar.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

eu só queria ficar.

"Vamos fugir! 
Deste lugar, Baby! 
Vamos fugir 
Tô cansado de esperar 
Que você me carregue..." 

 Eu fugi o dia todo. Fugi de mim, das coisas que andavam me assustando nesses meses, dos escuros da minha casa, das musicas que me lembram novembro, da chuva que não veio e do sol que não saiu. Eu só não fugi de você... Desejei o dia todo o teu abraço incomodo com aquela sua voz de moleque me dizendo que tudo se ajeitaria. Eu queria ter ido ate sua casa, ter te pedido um copo de água, um beijo na testa. Mas eu não sei onde você mora. Na verdade eu não sei quase nada sobre você, porque você também foge... Foge dos teus medos, das vezes em que se acha frágil demais, alias, devo a você todo esse medo que tenho de ficar. Aprendi vendo de camarote as tuas fugas.


Poderíamos fugir juntos...
Mas é uma pena que os meus pés 
não consigam acompanhar os teus.

Alinne Ferreira

terça-feira, 2 de outubro de 2012

E quase o ano inteiro os dias foram noites.


O problema começa quando todas as luzes se apagam, quando os teus pais estabelecem um horário pra você dormir e não se pode fazer mais nada. Eles te desconectam do único mundo em que tem acesso e as tuas conversas todas ficam pela metade, sem nenhuma despedida. E ai não sobra ninguém para continuar algum assunto. Você fica sozinho, pela primeira vez no dia, em um lugar realmente vazio.

Teu quarto fica muito escuro sem a luz da tela do computador. A única luz, que realmente representava vida. A tua vida. A vida construída entre as janelas do MSN, os blogs onde você era quem queria ser e aquelas fotografias falsas que gosta tanto.

Desconectada.

Amanha tem aula, e seus olhos ainda estão abertos. A vida por algumas horas não passa de uma guerra interna. Os olhos ardem, e tudo que quer é dormir, mas você não consegue. Nunca mais vai conseguir.
E a culpa não é sua. A culpa não é de ninguém. Algumas estradas simplesmente não tem nenhuma curva no final. 

É só linha reta.


Alinne Ferreira

terça-feira, 21 de agosto de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Não sei por que eu ainda tento pertencer-te.


Suas fugas e adjetivos usados para denegrir minha imagem nunca me atingiram como você planejava, alias confesso que foi por isso que, hoje, eu lhe amo tanto. Ainda lembro-me da primeira vez que fugiu de mim. Você não correu e nem ligou inventando alguma desculpa esfarrapada. Você apenas fechou os olhos, quando eu lhe disse que te amava. Uma fuga breve, você voltou antes que eu me desse conta. Mas ainda assim fugiu.

E eu me pergunto, como é que você consegue dormir sozinha, depois de todas aquelas noites que passei no seu apartamento? Como é que você se vira quando, no meio da semana, as noites são quentes demais? A última vez que nos encontramos, a meses atrás, você me implorou para que eu ficasse com você, por pelo menos mais algumas horas antes de você surtar. Perder a cabeça com minhas palavras, com meus toques em cada parte do seu corpo. 

Entendo que você esteja cansada e aborrecida com as minhas ligações às três da manhã só pra perguntar se queria uma ajuda no sábado pra arrumar seu apartamento. Mas você sabia que era só mais uma desculpa descabida e desligava na minha cara, como se eu fosse alguém que você acabara de conhecer. Também entendo esse seu egoísmo ao proteger somente a si mesmo e se esquecer de quem te quer tão bem. Você me disse coisas tão grosseiras que meu ouvido (de enamorado) sangrava diante do seu tom de voz exaltado. E eu pensava: “Pra que brigar amor, volta pra cama. Deixa eu te ver fugir mais uma vez, enquanto eu lhe digo o quanto estou apaixonado”. E você não parava, andava de um lado pro outro gritando, me mandando embora da sua vida, da sua cama. Mas eu não ia a lugar nenhum se não tivesse a certeza de que eu iria te ver de novo. E você prometeu, prometeu olhando nos meus olhos que eu te veria mais vezes, que poderíamos tomar um café... Ir no Mc donalds tomar coca-cola sem gás, ou só iria me deixar vir aqui te ver de novo.

Você não percebe que eu sou o cara mais insistente do mundo? Você não percebe que esse seu jeito marrento só me encanta mais? Você precisa de mim! Precisa da minha ajuda pra lavar a louça no domingo, precisa das minhas conversas as 3 da manhã no telefone te perguntando como foi seu dia... Isso é repetitivo, eu sei. Mas eu preciso que você precise de mim. Entende isso? É complicado... é complicado porque isso é
sobre nós.

Alinne Ferreira e Arthur Silva.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sobre uma apresentação, uma casa, um suicida e o fato de eu nunca ter o visto sorrir.

É assim que tem planejado morrer? Em um quarto mal iluminado e vazio, e com alguns papeis, nos quais escreve compulsivamente? É me incluindo como espectadora que você se sentiria bem? Porque é exatamente assim que eu e sinto do outro lado do quarto, em uma plateia vazia na primeira fileira, assistindo ao espetáculo da sua morte de frente. Observando detalhadamente cada carta de despedida ser escrita por suas mãos tortas.

E você, nesse instante, começa a escrever a mais dolorida das cartas: A minha. Sei disso porque notei o seu olhar atento direcionado a mim. Me olhou como se fosse capaz de me incluir nesse seu espetáculo, como se eu tivesse a obrigação de subir ao palco contigo e participar do seu ‘show’. E, ai, eu me pergunto: “É nessa hora que eu devo subir, Vitor? É agora que eu deveria começar com o meu drama? É agora que eu tento impedir algo que você planeja a anos?” Não. Ainda não é minha hora de subir no seu palco, eu apenas fico em silencio e absolutamente imóvel, respondendo ao seu olhar dolorido e inquietante. E então você retorna seus olhos à folha branca e começa a escrever a despedida dirigida a mim. Suas mãos são ligeiras, mas faz pausas consideráveis. Pausas que me permitiu o atrevimento de me emocionar com suas lagrimas despejadas na folha.

Uma pequena e relevante observação: 
Você apenas chorou escrevendo a minha carta.

E quanta dor você não verteu ali, não foi? Cada uma das lágrimas que saia dos teus olhos trazia um pouco do que fomos. E me questiono: Será que se lembrou de como nos apaixonamos? De como eu queria te salvar? De como não consegui demonstrar isso? E eu queria atravessar esse quarto agora e te abraçar e te pedir pra tentar viver mais uma vez, dessa vez comigo. Mas eu não vou interromper sua apresentação.

Quanta dor! Quanta destruição a si mesmo. A tua alma inteira se entrou a um declínio absurdo, tua vida se arruinou dentro daquela casa. Quando foi que você decidiu que causar cortes e dores a si mesmo seria a melhor forma de alivio? Por que fez tanta questão de me contar sobre os calmantes? Por que me fez saber detalhadamente de tudo que ocorria com você se nunca me deixava ajudar? Porque que toda vez que eu me aproximo, você se afasta? Porque você gosta tanto desse seu quarto escuro? Por que se sente tão atraído a essa tristeza, a essa ruína? Por que o escuro te fascina tanto? Você é completamente apaixonado por essa amargura tatuada no seu peito, você gosta mesmo é dos pontos finais, da melancolia, de toda essa lama, essa sujeira. E eu deveria te deixar morrer no meio dessa tristeza. Ir embora e te deixar afogando nesse mar de angústia no qual você tem se jogado. Mas eu não ouso sair do seu quarto.

E eu queria ir até você agora, te pedir pra parar de escrever as cartas e implorar para que fuja comigo, te faria tão feliz que você me daria alguns sorrisos. Mas então, eu começo a escrever pra você. E o que deveria te salvar, me condena. Essa carta não é pra impedir a sua morte, é pra causar a minha. É uma pena você não poder lê-la.

Alinne Ferreira.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Precipício






Fomos feitos de tantos vazios que esse abismo entre nós não nos causa dado algum. Parece que sempre existiu... Que sempre esteve aqui de alguma forma, no nosso meio. E como foi que isso passou a existir? Quando foi que paramos de notar as pequenas coisas entre nós?

 Entre tudo que se passou, ficamos apenas observando essa fenda se abrir (cada vez mais profunda e larga), esperando, quem sabe, que o primeiro salto não seja o de si próprio. Esperando o pulo desesperado da outra pessoa, porque mesmo com a imensa vontade de pular há um medo natural de que, talvez, outra pessoa te empurre. Mas não deveria existir, não especificamente em você, porque você bem sabe o quanto eu esperava por seu pulo.

E não houve pulos, nem palavras... Passamos esse ultimo mês apenas observando aquela pequena fenda se transformar nesse imenso abismo. Ambos distantes, com a vaga memória do tempo em que ainda se podia pular. Pular para o outro lado... O lado em que um de nós estava. Onde ainda não se havia o risco de cair na profundeza desse buraco.

Estamos agora cada um do seu lado do despenhadeiro. Eu gritando e acenando para você. E você ensaiando sua queda... Sempre tão perfeccionista não é? Cada passo para o fim é ensaiado. E você observa de longe minha reação de desespero a cada simulação do fim.

 Provavelmente você nunca me veria acenando e pedindo para esperar mais um pouco antes do seu último salto, porque você só me olha quando minha voz já esta fraca demais pra se ouvir dai, quando estou cansada demais pra acenar. E ai eu fico de longe te observando chegar cada vez mais perto da beirada. A cada movimento você faz questão de ter a certeza de que estou te olhando, cada passo é friamente dedicado a mim.

E lá vai você caminhando mais uma vez para a margem do buraco, simular outra queda. E dá os seus passos: um, dois, três, mais 1 passo e você ficaria perto demais desse despenhadeiro. Você já esta perto demais. Me olhando, dedicando silenciosamente o seu ultimo passo, e seu corpo balança para frente e para trás, no ritmo do meu desespero. E então o meu rosto queima, meu corpo no chão se arremessa para frente. E quem quase cai dessa vez, sou eu. E você ainda me olhando joga o seu corpo pra trás novamente e se afasta. Balança a cabeça e diz que só estava se aproximando de alguma forma. Mas você sabe, eu sei, você queria pular... Você queria me deixar, ainda que do outro lado, sozinha. E eu quase cai. Sem ameaças e nem simulações... Eu, apenas, quase cai.

E será que você ainda não percebe que se você pular, eu caio? 



Não pula agora meu amor.
Alinne Ferreira

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Então é isso. É melhor acabar. Mas não precisa ir se não quiser...


A tua casa fede a cigarro e bebida. A tua alma tem um buraco negro que insiste em me puxar para o fim. Os teus olhos gritam, mas tua boca emudece. Seu corpo todo desfalece propositalmente quando esta em meus braços, mas quando eu me afasto você respira novamente. Você finge a tua morte e causa verdadeiramente a minha. Por que você não acorda? Por que não some de uma vez? Vai, vai embora. Os teus escuros não são bem vindos aqui.

Porque ocupar tanto espaço? Por que roubar minha vida?

Sei que não tu não estas aqui por que queres. Sei dos seus medos de acabar sozinho. Sei da tua vida largada. E sei que só continua aqui porque não tem casa pra voltar. E por mim tudo bem, eu lhe deixo ficar, desde que não interrompa meus fins solitários. Não quero e nem preciso da sua companhia ao saber que estou desfalecendo novamente. Eu não quero que me olhe enquanto eu sangro pela casa. Pode ficar se prometer silencio, se prometer me deixar morrer longe dos teus olhos claros. Pode ficar ainda que me olhando de longe, não porque eu peço, mas porque preciso.

Alinne Ferreira

domingo, 10 de junho de 2012

"Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer."

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pare de gritar, por favor. A sua incapacidade de me amar esta me matando, e eu até aceito bem esse fato, mas não os gritos sem sentido algum, direcionados a mim. Se não estiver confortável aqui faça o favor de desocupar os lugares que tomou e vá embora. Não suporto seus gritos atormentadores me pedindo mais que eu posso dar. Você tem me deixado surda. E enquanto você grita, não consegue notar a melodia coerente que sai da minha boca, não consegue ver meus lábios se movendo porque um dia lhe cegaram os olhos com agulhas. Então faça o favor de calar a boca e ouvir as queixas que harmoniosamente saem de mim, porque certamente elas falam de você. 

Alinne Ferreira, sobre um amor que já passou

sábado, 12 de maio de 2012

enfim, é isso.

Me peça para parar de chorar, que eu invento um sorriso amarelo só pra ti. Me abraça, me aperta, me quebra e depois fique! Tenha medo, mas confie em mim. Diz que está tudo errado. Me pede ajuda. Vem me ver. Grita comigo e depois sussurra meu nome. Fique bravo, se irrite e depois me ame. Se entregue. Diz que cansou do meu descaso. Prometa-me eternidades em seus textos. Canta, mas desafina porque perfeição não me agrada. Esteja do meu lado quando o sol nascer e depois de ler isso me diz que as coisas não são como eu imagino ou quero que sejam. Se entrega. Me aceite. Foge e me procura. Me liga as 03hrs e me manda parar de querer coisas assim. Me odeie e depois me beije. Tire minha roupa sem minha permissão. Rasgue. Enlouqueça. Marque meu corpo. Deixe rastros de que esteve aqui, no meu quarto. Pare de fumar ou fume quando estiver comigo. Quebre minha luminária quando desejar que esteja escuro só pelo fato de não querer levantar da cama para desliga-la. Me espere terminar de ler algo para depois conversarmos sobre seu dia. Sorria. Me encante. Permita-me lhe dar alguns sorrisos também. Se acomode na minha cama e diz que fica fria sem meu corpo ao seu lado. Me escute. Leia meus textos sobre você, sobre nós e depois deixa um comentário em baixo, só pra eu saber que você leu. Só pra eu sorrir. Surpreenda-me. Diz que sou toda errada e eu concordo e retribuo igualmente a observação. Me namore. Diz que me ama ao menos uma vez. Diz que acredita nesses seis anos que ficaremos juntos pela frente. As vezes desconfie de mim, sinta ciúmes desnecessariamente só pra eu saber que gosta. Me faz parar de ter pesadelos com você. Diz que existe. Diz que vem nesse final de semana e eu largo tudo pra te encontrar. Peça-me desculpas. Aprenda a baixar a guarda. Rasgue minhas cartas antigas. Diz que eu ouço musica ruim, mas quando eu lhe mostrar alguma procure a tradução dela. Ouça comigo. Chore comigo. Fique. Demonstre. Sinta. Inventa um céu pra nós. Acredite que existe algo alem de destino, algo que ta fazendo com que seja bom pra mim, pra você. Acredite algumas vezes em Deus. Ore. Se revolte se algo der errado. Me procure se um dia isso tudo acabar. Exija alguns textos sobre você. Escreva rotineiramente sobre mim, me mostre. Me deixa saber o que acontece com você. Procure por algumas gentilezas. Chora me contando sobre seu silencio. Confie. Deixe seu cheiro em mim, mesmo que for o dos cigarros tragados nas suas madrugadas. Diga a alguém sobre mim. Beba e depois de bêbado queira minha companhia. Me deseje. Deseje nós, uma cama pequena, frio, cobertores e algumas conversas longas. Me beije quando o assunto estiver chato. Leia meu olhar. Conte. Se apresse. Me promete que não vai embora. Diz que é pra sempre, mesmo que o nosso pra sempre dure alguns meses. Tenha paciência comigo, não sei sobre essas coisas que duram. Faz voz de criança. Se comporte como uma criança. Depois peça desculpa. Me desculpe também. Diz que nunca foi tão feliz e eu concordo.


Diga ou faça qualquer coisa, seu silencio me mata as vezes.


Alinne Ferreira

domingo, 29 de abril de 2012

Submerged in your love. Drowning, for nostalgia


Tudo com você têm um tom azulado. Um tom de calma, paz, cumplicidade. Estranho porque com a gente nada começou em tons de azul, lembro que era cinza... Era tudo meio branco e preto no inicio.

Um de nos era terrivelmente escuro e contraditoriamente gostava daquilo, tinha tons extremamente intensos na alma, na vida e uma cor tremendamente escura nas palavras sujas e tristes. O outro já era meio cinza, meio indiferente, meio seco, um pouco catastrófico, era repleto te tanta coisa que transbordava vazios admiráveis. Queria carregar tudo nas costas, queria também companhia, mas só se esquecia de pedir ajuda, qualquer mínima ajuda.

E que cor poderia sair de nos? O que se pode tirar de Preto e Cinza? Como pode algo tão acromático tornar-se essa cor estranhamente bela? Não sei, mas uso as suas palavras:

“foi com você que as coisas começaram a desenrolar outra vez.” 
E eu acrescento: 
“dez vezes melhor que as anteriores”.

E ai houve essa cor bonita entre nos dois. E eu não quis colorir nada, acho que você também não. Mas a própria vida se encarregou de pintar nossos caminhos com os mesmos tons calmos e confortantes de um céu em dias como os de hoje.

Ainda tenho meus tons escuros na alma, nas palavras. E você também ainda tem o cinza estampado em ti com todas as características possíveis dessa cor. Mas juntos nos tornamos Azul, nos somos azul. Somos céu! Com direito as tempestades mais obsoletas possíveis.

Acredito que azul não seja a sua favorita, mas é esse azul que esta estampado em nossos laços, esses laços atados em nosso pulsos amarrando voluntariamanete minha vida a sua. Azul é minha cor favorita, talvez seja por isso de eu intitular essa cor a “nos”.

Há esperança que esse azul não se desbote. Sei que há! Não só de minha parte, mas também muito da sua. Há em cada palavra um desejo silencioso de que todas aquelas conversas sejam suficientemente verdadeiras para serem inesquecíveis em ambas as partes. E eu sei que vai ser. Eu sinto! Porque mesmo que dure 6 cansativos anos, sei que terá (ali, escondido) a intensidade que houve nos 3 primeiros meses, basta só a gente querer começar de novo, ter paciência para fazer tudo renascer. E mesmo se não passar de alguns meses, eu tenho a plena certeza que ninguém nunca gostou tanto de mim quanto você gosta. Não sei realmente se gosta... mas com você eu sinto algo confortador que não sentia com ninguem.

Vai ser pra sempre, mesmo que acabe. Eu vou fazer com que dure uma eternidade em um beijo meu. Porque foi você que me salvou de alguns suicídios que eu andava cometendo. Foi você que me salvou e me fez emergir dessas águas que me encontrava submergida. 

Tenho vontade de te agradecer todos os dias por ter simplesmente aparecido na minha vida. Mas sei que terei tempo suficiente para lhe retribuir todo bem que me faz.

Para Vitor,

Alinne Ferreira

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dialogo 1

A – Não tem medo?
B – O tempo todo.
[silencio]
A – Medo de que?
B – De ir embora amanhã ou de ficar. Não sei.
A – Porque tem medo de ficar?
[silencio]
A – Não vai embora, porfavor.
B – Preciso ir.
A – Não precisa. Pode ficar. Aqui é grande, tem espaço pra nos dois.
B – Não é sua casa que me preocupa.
A – Não to falando de casa.
B – Então sabe o motivo...
A – Sei, e isso me amargura.
B – Sinto muito.
A – Não sinta!
B – Não consigo.
A – Consegue, tem feito isso a maior parte do tempo.

Alinne Ferreira 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

03:50h


Tudo que quero agora é causar dor física. Me cortar “acidentalmente” com alguma coisa, fazer a dor de um corte profundo ser maior que a dor que sinto por dentro. Fazer com que meu corpo clame por algumas horas de sono, algumas horas de paz. Mas não faço nada alem de entrar no banheiro para chorar... Como se alguém quisesse vigiar meu choro... Como se alguém se importasse se eu chorasse na sala, quarto ou cozinha, e fosse preciso me esconder. Mas não há ninguém que se importa, e mesmo assim eu me tranco e choro em silencio.

Todos os soluços e as lagrimas contidas ali, no chão do banheiro, serão apagadas amanhã de manhã. Apenas as marcas de uma noite errante ficaram por um longo tempo na minha pele e estampadas nos meus olhos criminosos, suicidas. Mas não há nenhum problema, pois ninguém costuma ver nada alem da cor esverdeada deles.

Apesar do esforço, não vou conseguir manter o sorriso amarelo. Nem a simpatia nos olhos. E nem a singeleza do toque. Haverá apenas um amontoado de tristeza, essa velha conhecida, que já se tornou parte de mim. Afinal, o que é um poeta sem sua dose desmedida de tristeza?


Alinne Ferreira

sábado, 7 de abril de 2012

Nossa noite de amor



Sexta-feira. Teus olhos no escuro procurando os meus.
Um abraço. Três palavras.
Me entreguei.
Tuas mãos deslizando, sutilmente, no meu corpo descoberto.
Teus beijos contornando minha existência.
Nos dois. Cheiro de cigarro e mofo.
Chove.
O mundo parece acabar esta noite, e eu me entrego totalmente aos teus braços.
Uma virgem e um fumante. Uma cama estreita com lençóis brancos.
Minhas mãos explorando seu corpo nu. Tua boca buscando caminhos novos.
Gemidos. Prazer. Medo.
Fecho meus olhos e ainda me lembro com perfeição como tudo começou.
Sua voz.
Um sorriso ligeiro meu.
E depois, silencio.
Meus olhos fechados novamente e um pedido: Não me deixe!
E se fez silencio.

Alinne Ferreira, em minha primeira noite de amor

quarta-feira, 4 de abril de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

Para Amanda S.

Perdoa-me pequena, perdoa-me por ter ficado tão longe enquanto você estava crescendo.
Perdoa-me por não perceber o quão bonita você ficou e nem como começou a chamar tanto a atenção dos garotos. Eu sinto muito se, nesses últimos meses, a minha dor tomou tanto meu tempo ao ponto de nem ao menos termos tido uma conversa.
Percebe agora o quanto estamos distante? Percebe o que a gente deixou o tempo fazer? Veja só você toda linda, agora já crescida sorrindo pro mundo e vivendo como se eu não lhe fizesse falta, eu lhe faço alguma falta? A mim você faz e não é só nos finais de semanas ou nas sextas-feiras vazias... É todos os dias. É quando eu acordo e não posso te ligar para pegar carona no caminhão do seu pai para ir a escola. É quando minha casa fica grande demais sem a sua bagunça nas quartas-feiras a noite. É quando respirar torna-se um desafio e tudo que eu preciso é de suas piadas e dos seus sorrisos.

Disseram-me que você cresceu... Que criou alguns planos e desistiu de alguns dos nossos sonhos. Mas eu não, eu ainda to aqui sonhando com o dia que tudo voltara a ser como antes. Eu ainda to aqui esperando seu abraço, teu sorriso ligeiro e todos os seus sonhos que sonhou comigo. Eu ainda me lembro do plano de ficarmos solteiras pra sempre, e de morar juntas. Lembra como acreditávamos fielmente nisso? Lembra quando escolhemos o apartamento que moraríamos? Lembra pequena? Eu me lembro de tudo, cada detalhe, porque mesmo que eu nunca tivesse sido sua melhor amiga, foi com você que eu pude compartilhar tudo!

Mas hoje, veja só, você tem amigas novas. E quem diria, não é, você tem um namorado! E infelizmente eu sou egoísta demais para lhe desejar sorte ao lado dele, porque estas longe dos meus olhos tristes. Desculpe-me por não saber dividir sua amizade. É que ela é tão preciosa pra mim que sou demasiadamente egoísta e não sei partilhar tamanho tesouro.

Uma nota: Sei que não sou, e provavelmente nunca serei tão especial pra você como você é para mim. Mas tenta entender uma coisa, nem todos que estão do teu lado querem seu bem. Pequena, quem ama espera, respeita e não julga!

Com um aperto no peito causado pela distancia,
Alinne Ferreira.

quinta-feira, 22 de março de 2012

E por um segundo o mar coube dentro de mim.

Não precisei de ajuda para respirar durante os dois dias que você tem ficado ao meu lado, o ar simplesmente flui  em gestos livres e vivos. 

Não precisei me esconder, mas também não foi preciso me despir totalmente diante de você.

Você não só soube tornar-se silencio como também, transformou-se em barulho. E diante da discórdia que ha entre nos dois, que eu percebi o tamanho do espaço que tomou dentro de minha mim. Tenho uma vontade imensa de te guardar dentro do relicário que trago no pescoço, mas pudera você pertencer só a mim.

Embora eu não tenha gostado de você logo na primeira conversa, eu aprendi a gostar na nossa primeira discórdia. Lembro-me da sinceridade que despejou em meu colo logo de cara, e lhe confesso uma coisa: Foi ali, no momento que disse que meus textos eram clichês, que eu me encantei por você! E sei, sei que embora ainda os achem clichês demais eu quero dedicar ao menos um a você. Porque desde que te conheci, um mar começou a caber em mim.

Fui ao poucos descobrindo a cor da sua alma... Descobrindo os teus planos... Sonhos... Medos. Eu fui gostando... Fui participando de cada detalhe em ti, eu fiz questão! Ainda faço, porque te quero perto. Perto mesmo que distante. Te quero aqui dentro. Morando em mim e me deixando ocupar parte de você.

Alinne Ferreira  para Vitor.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Retire sua mascara, deixe-me ver teus olhos

Sempre me perguntei o porquê de nunca ter lhe dado um codinome, mas seria hipocrisia minha querer acrescentar mais mentiras nos meus textos sobre você. Porque essa é a verdade! Eu não sei ser sincera escrevendo sobre você! E eu sinto muito por isso, mas você não me deixou escolhas... És o único garoto que precisei inventar historias para dormir, és o único que me mostrou quão ruim é se entregar a alguém. Você é o único, o único que não soube me fazer cantar nesses meses todos, e meu bem, nesse tempo todo do teu lado eu desaprendi a cantar!

Mas, veja bem, mesmo eu precisando de você, do teu abraço e de algum afeto seu, eu lhe deixo. Não posso ficar, pois somente eu tenho me sacrificado por nosso amor. Olhe meu rosto e veja as noites de insônia estampadas aqui. Olhe meu pulso... Não vê toda essa agonia talhada neles? Não vê o quão mal sua indiferença me faz?

Eu fiquei escrevendo sobre teus olhos verdes e seu sorriso torto por seis meses, e não disse nada mais que mentiras a teu respeito. Porque pudera você ser como eu descrevia nos textos, seria bom ser apaixonada por olhares que gritam e por sorrisos faceiros... Mas não, não! Em você não há nada de bom ou bonito. Há apenas uma mascara, e não sei por que, mas tenho a impressão de ser a única garota que se arriscou a tira-la. Perdoe-me, mas precisava realmente ver quem você era. Infelizmente não é tão bonito quanto pensei.
Queria eu, que, você fosse o MEU BEM... Queria que você fosse quem eu achei que era. Queria poder te descrever verdadeiramente sem usar mentiras... Sem parecer imperfeito demais.

Eu queria escrever sobre o moço que eu conheci em setembro, mas ele nem existe mais. Parece que roubou a parte boa de mim e acrescentou em sua mascara forjada.

Sei que já não lhe devo textos, mas ainda sinto necessidade em te escrever. Porque me sinto como se ainda fosse sua... E sendo sua lhe devo satisfação da dor que estou sentindo. Talvez porque eu sinta que lhe deva uma despedida a altura do que senti.

Mas na verdade eu apenas ainda escrevo para você para que parte da minha dor fique nessas linhas.

Alinne Ferreira

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

pedaço de um céu, um céu sem ti.

Comprei um par de asas para voar contigo. Sei que as minhas são de plástico e talvez não suporte o caminho todo, mas me arriscarei. 

Quero voar contigo, mesmo sabendo que no caminho as tuas asas permaneceram limpas e as minhas estarão sujas e remendadas. Vou aprender a plainar com um beija-flor qualquer e me mostrar pra ti, vou sair por ai imitando uma borboleta enquanto o teu vôo se assemelha ao de uma águia. Vou desejar poder voar ao teu lado, mas estará muito acima de mim seu vôo mortificara o meu esforço gigantesco para manter-me no ar, mas me contentarei em estar sobre o mesmo céu que tu faz suas mais belas acrobacias. Vou fazer algumas paradas longas, e depois pegar carona em um corvo qualquer para lhe alcançar. 

Mas e quando minhas asas de plástico quebrar de vez? Como vou te acompanhar? Não me bastara apenas ver-te voando por esse céu tão gigantesco sem minha companhia insignificante. Eu vou desesperadamente desejar as minhas asas fingidas novamente só para poder dividir esse céu contigo, só para que eu possa ao menos roubar um pedaço da imensidão azul que um dia patinhei contigo. 

E quando não houver mais céu, eu ainda vou ter meu pedacinho guardado no bolso, e vou te presentear com esse pedaço que roubei de Deus. E mesmo que não queira me deixar ver-te voar no meu pedaço de céu eu ficarei grata por lhe fazer voar, mesmo que seja sem mim.
Alinne Ferreira

sábado, 28 de janeiro de 2012

 um dialogo que não aconteceu e nem acontecera, 
eu e o moreno que roubou o verão. 



A: - Você só não pode ficar ai fora, por favor, entre.
M: - Não posso entrar. Não vê a bagunça que esta ai dentro. Sua casa nunca foi tão desordenada e escura.
A: - Eu sei, eu sei. Desculpe, não deu tempo de arrumar as coisas. Você não me avisou que queria entrar. Mas prometo que lhe será confortador aqui dentro, agora entre pois vai começar a chover.
M: - Desculpe-me, não posso.
A: - Por quê?
M: - Eu tenho medo...
A: [silencio]
M: - Não quero me perder dentro de ti.
A: - Então segure minha mão, que eu prometo jamais soltar a sua.
M:- Mas eu não vou poder te ver. Esta assustadoramente escuro ai dentro.
A: - Então apenas sinta o calor das minhas mãos aquecendo as tuas.
M: - Mas é frio perto de ti, eu sinto frio quando estou contigo.
A: - Entra aqui que lhe faço um café, fecho as janelas, pinto as paredes, compro cortinas azuis e acendo um sol pra iluminar seu rosto assustado. Você só precisa entrar que eu movo o mundo pra te fazer ficar.


Alinne Ferreira

domingo, 22 de janeiro de 2012

Ao moreno que me roubou o verão

Tudo bem se quiser partir, a porta sempre esteve aberta (esse foi o trato não foi?). Por esse motivo que eu não lhe seguro pelos cabelos e lhe peço pra que fique... Eu lhe disse que não me apaixonaria, então, por favor, me desculpe por não conseguir cumprir essa promessa tão simples e egoísta. Esta tudo bem meu moreno, pode ir... Eu lhe prendi com correntes tão grosseiras que certamente deve ter lhe machucado, perdoe-me. É que com tantas marcas de algemas quebradas nos meus pulsos eu optei por elos mais fortes. Mas dessa vez eu lhe deixo livre, embora seja arrogância de minha parte querer libertá-lo já que nunca foi realmente meu ‘prisioneiro’, você nunca foi de fato meu. Pois bem, minha casa sempre esteve escancarada pra quando quisesse sair, só não esperava ser tão cedo.

Passe pela sala e pegue algumas coisas que trouxe consigo para, aqui, pra dentro de mim. Leve seu radinho a pilha que costumava tocar nossas musicas... Por favor, leve-o na tua bagagem e dedique às canções a outra moça que se encantará provavelmente por ti, assim como eu. Nas prateleiras haverá algumas memórias de quinta-feira à tarde, essas eu te peço que as deixe no lugar... Para que eu possa recordar que não lhe causei mal algum. Deixe as memórias enfileiradas na prateleira para que eu não sinta culpa por tua partida, só para eu me lembrar que foi naquele dia que permiti a queda dos muros que construí ao redor de mim. No chão da sala terá parte de mim num canto escuro e sujo, essa parte de mim eu não pretendo ajuntar as outras, portanto essa minha parte é sua. Faça o que bem entender com ela, mas apenas lembre-se que essa é a melhor parte de mim, a parte que já não existe mais sem tua presença. Essas são as coisas que você não pode esquecer, essas são as coisas que você trouxe pra mim, para dentro da minha casinha pequena e escura.

Moreno, embora me doa, quando você estiver partindo terá o meu sorriso e aceno de minhas mãos tremulas na porta dos fundos. Terá de mim também uma pequena e inaudível oração pedindo a Deus para que lhe guie os passos. E eu esperarei com todas as minhas esperanças que você olhe para trás... E perceba o meu choro contido e reprimido pelo sorriso largo lhe desejando toda sorte do mundo.



Alinne Ferreira

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sobre um sábado eterno



O noticiário jamais me fez chorar como daquela manhã. Sua foto ocupando toda minha TV pequena, a foto que tiramos em maio no parque do sul, seu sorriso estava agora tomando parte da tela pequena, seus olhos espremidos agora estavam apagados. Consigo imaginar a cena narrada pelo moço da TV: Seu corpo no escuro chão do banheiro, algumas manchas de sangue, remédios... Mas tinha algo que o repórter não descreveu, mas consegui imaginar: Era sua dor, ali toda derramada no piso negro, espiradas nas paredes. 

Uma dor minha, uma dor que comecei a sentir e que dificilmente me deixaria viver.

Fiquei um bom tempo sentado na cama, mesmo depois do moço do noticiário se calar, mesmo depois do jornal anunciar o seu fim e mesmo depois de começar uma seqüência interminável de desenhos animados... Eu não conseguia me mover, fiquei imóvel sentado na minha cama, tão repentinamente fria, chorando baixinho. Meu anjo tinha lhe arrancado as próprias asas e resolveu voar sem elas, caiu, quebrou, morreu, se matou.

Levantei depois de longos minutos imóvel, e devagar caminhei ate a cozinha. Preparei café, um café pra dois... E comecei a lhe redigir uma carta.

Oi meu Amor, é egoísta te chamar de minha. Mas quando você se foi, foi sendo minha. Minha doce e pequena Eliza...

Seus olhinhos agora estão brutalmente fechados em algum lugar onde te levaram, queria poder lhe entregar sua xícara com o café quente e amargo que fiz hoje e conversar sobre como foi fria a madrugada sem seus braços envoltos a minha cintura, mas quero lhe pedir perdão. Perdoa-me por não poder lhe salvar dos teus próprios pensamentos, e por diversas vezes ter provocado cada um deles. Perdoa-me por ter te tirado da minha casa quando você mais precisava de um lar. Perdoa-me por lhe roubar os mais belos sorrisos e por ter sido, a mim, que as tuas mais doces palavras foram endereçadas, mas se lhe conforta hoje sou feito de fel. Sei que não lhe confortará, pois não pode mais ver minha amargura, os teus olhos se fecharam... Para sempre. Mas por favor, perdoe-me.

Eliza hoje vou comprar um buque de flores para lhe dar, sei que sempre me pedia para que eu lhe enviasse flores em seu trabalho, mas nunca tive tempo, me desculpe por resolver ‘colhe-las’ somente agora quando já não pode sentir o perfume de cada uma das pétalas, nem mesmo poderá ver meus olhos inchados e meu corpo desfalecendo sobre ti. Mas prometo que as flores serão uma das mais lindas e belas que encontrar no caminho ao teu velório, já que a mais linda flor que conheci murchou. Vou cantar pra ti Eliza, com minha voz fraca e falha, Vou cantar sua falta.

Mas uma vez Perdoe-me por não lhe  amar devidamente, mas amei do jeito que pude. Ainda que fosse torto e lhe machucasse com os espinhos que não soube cortar, eu lhe amei. Vou te amar pra sempre com os restos que me sobraram, minha Eliza.



Eu soube de algumas coisas esta manhã, umas quebraram-me ao 
meio de tal forma que nada será capaz de concertar-me. 
Outras eu soube que seria minha rotina... 
Escrever cartas a ti e lhe entregar flores.
Desculpe-me por não poder te salvar...




Alinne Ferreira

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Segurava tuas mãos numa suplica ensurdecedora por silencio, e tudo que tu fazia era ignorar meus tantos pedidos por tua boca calada e teus olhos próximos. Sua voz em um tom acentuado me trazia constantes dores no peito, mas me recusei a fazer algo alem de desejar o teu silencio.

Alinne Ferreira 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Uma rápida conversa que amargurou-me

-Você é tão quieta minha jovem, me traria certa admiração se um dia desses quebrasse o silencio e gritasse.
-Mas eu grito seu moço, apenas meus gritos são talhados por uma caneta em algumas folhas de papeis. Meus gritos são feitos de palavras. Caso tivesse interesse em ouvi-los tu certamente não se admiraria. Assustar-se-ia. Eles são atormentadores.


Alinne Ferreira