é só mais letras.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Papeis jogados por toda casa, xícaras sujas de café caídas sob a mesa, rádio ligado em uma estação romântica, mas que me deixou com sono de viver. O que está acontecendo comigo? Foi a pergunta que refiz durante toda essa semana, sem respostas tentei buscar auxilio com o mundo real: mãe, pai, tios, avós, amigos… Nenhum deles compreendia em que esquina eu tinha me perdido dessa vez – porque essa menina fala tantas bobagens? – ninguém precisou dizer, minha mente se tornou a vilã do meu dia-a-dia e tirou o prazer que tenho mais bonito em fazer: escrever.
Tudo me distraia tudo me sugava e me interrompia quando faltavam poucas palavras para formular uma frase. 
Mas menina você sempre descreveu seus sentimentos, era tão fácil enxergar você lendo seu próprio coração (…)
No fundo acho que estava esse tempo todo me proibindo de escrever porque eu sabia que a próxima linha seria preenchida por você. Você roubou todas as minhas palavras e agora preciso te encontrar antes de escrever, e o seu plano funciona porque enquanto volto pra casa a minha frase ganha um ponto final: Você.
(
Jessica F.



É exatamente nessas linha, que me encontro.
Sem vontade e nem inspiração nenhuma para escrever.
Eu quero, mas pra isso algo aqui tem que doer.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entardecer

Eu tento quase que desesperadamente colocar ar nos meus pulmões. Mas parece que eles estão incapacitados de fazer suas tarefas. Assim como todo o resto de mim. Não sei o que houve, mas nada funciona com o antes. As madrugadas são verdadeiras punições. A cada segundo meu peito falha, dói, quebra. As coisas ficam frias, mortas e solitárias.  Rimas já não fazem mais parte de mim. Não tenho nada alem de uma cama vazia e um copo de café pra me manter viva e quente. Daqui a alguns segundos a cidade ira começa a entrar uma escuridão profunda. E o sol começara a dar seu ultimo sorriso quente entre os edifícios antigos, me fazendo querer ir com ele. Mas ai ele se vai, e me deixara sem luz, sem calor, sem companhia. E eu Já deveria ter me habituado com a ordem de chegar e partir do sol. Mas não consigo. Não queria que ele se fosse, não pra me deixar como companhia o céu negro e as pontas de luz que acompanham a lua. Quisera eu mudar a ordem das coisas, logo eu, que nem se quer consigo receber um sorriso de alguém.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções.
Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros ... quero parar de me doar e começar a receber.
Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vou... dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.
(Caio Fernando Abreu)

sábado, 9 de julho de 2011

gotas doces.

Ela entra no chuveiro. Devagar, sem pressa. Os pulsos espessos por cicatrizes revelam sua dor. Debaixo do chuveiro a água se mistura com as lagrimas, lá ela pode chorar. Sozinha, quieta clama. A água quente percorre todo o seu corpo ela passa minutos longos e demorados lá em baixo chorando, fazendo as lagrimas se disfarçassem por entre as gotas que vem de cima. Se tu soubesse o bem que isso faz a ela. 

domingo, 3 de julho de 2011

Uma Sexta-feira qualquer

O céu esta coberto por consideráveis nuvens escuras, aqui de cima consigo notar quão linda são as tempestades. Da janela desse sóbrio apartamento oco, as gotas de chuva se projetam lindamente, me fazendo lembrar as chuvas de dezembro. E agora o frio me trás brutamente a julho, onde o que deveria ser bom e aconchegante, é gelado e mórbido. Já fazia um tempo que não chovia, devo admitir que essa chuva me fez falta. Mas agora, não faz mais.

Agora nada mais é importante, já não há ninguém que se interesse por mim, nem por meus textos. A musica tocando na sala não passa de mais um barulho sem importância. É tudo frio e uma solidão irrecusável toma conta de mim. É bom ficar só no chão do banheiro, não há ninguém com quem se preocupar. Não tenho que fazer café todas às manhãs. E nem me preocupar com sentimentos. É só eu nesse chão frio, eu e meu sangue que não para de fluir, sem motivo, sem volta, sem pressa.