é só mais letras.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

o céu no dia que nos conhecemos 24.12


Eu conheci um cara na véspera de Natal.
Ou na “quase véspera.”
Foi nossa primeira noite.
E eu sempre tive a sensação de que ele merecia um texto aqui no blog.

Acho que daria uma boa história se tivesse escrito sobre ele no começo.
Mas ele não merecia estar aqui, não ainda.
Bom, aqui vai:

Eu conheci ele no meio de uma mega crise existencial minha. No começo eu lembro de ter a sensação de que ele era minha "estrela de natal" talvez tenha sido pelo fato de ficarmos juntos nessa época, ou porque ele me pareceu mais como um milagre da manha.
Sempre tive o sono bem atribulado. Regado a vontade de paralisia do sono.
 Não consigo dormir tenho pavor de passar uma noite toda na cama de alguém.
Por mais engraçado que seja, me apaixonei no meio de uma crise de sono minha, era umas 03:40 da manhã e eu só pensava em fumar um cigarro na varando do apartamento pra tentar diminuir a ansiedade. Eu queria sair correndo pela porta enquanto ele dormia, no meio do meu pensamento ele colocou a mão na minha cintura e me apertou pra perto. 
Queria saber se mesmo dormindo ele conseguia sentir toda minha agitação no meio da noite. 
ah....

eu não queria falar disso tudo
Eu quero escapar das coisas tão rápido quanto aconteceu

Tudo parou.
5 ou 6 segundos pra olhar pro rosto dele e pensar: “caralho fodeu.” e o que mais me assusta é ter a certeza absoluta de que ele estava dormindo.
Eu nunca consegui esquecer aquela noite, mas esqueci o cigarro.

Queria te falar hoje que você não mereceu um texto aqui no blog. Você não mereceu nenhuma noite mau dormida minha. Mas você teve. E por mais que eu me sinta envergonhada por te escrever algo quero ter um registro de que você existiu um dia na minha vida.
Louco isso, não?
As coisas desandaram e a culpa não foi minha ou sua.. A gente tentou. Tentou, não tentou joao? Você tentou fazer dar certo. Eu tentei. Superamos super egos machucados. Superamos o medo da entrega. Superamos os 28 quilômetros e meio. Superamos todas as estatísticas, os amigos loucos, o medo de entrega. 


E eu ainda fecho os olhos e te escuto respirar.