Dor que não para, não a deixa. Escuridão que a persegue, que anda tão colada contigo garota, que ate parece que a traz na bagagem em tuas costas. Pés despidos de proteção, assim como o peito, caminha entre tantas pedras e cacos, mas tem o rosto indolente, sem nenhuma expressão de dor ou solidão, mas os teus olhos a entregam, pobre de ti, anda por ai como se o escudo que arquitetou em sua volta a protegesse, mas olha só, os teus olhos dizem tanto, pena que há pessoas que não sabe Le-los. Não sabem como ver tanto mistério e beleza. Essas duas janelinhas -que dá pra uma vista linda dentro de tua alma- imploram impiedosamente por uma companhia que não existe mais. Que já se foi a um tempão.
Tu andas procurando por calor. Por vida dentro de si mesma. Busca por pessoas e já deixou de perseguir promessas. Anda por ai, dizendo a todos que não acredita mais nesse tal amor, que desiste e que nasceu pra ficar sozinha, mas me conte que no fundo desse órgão petrificado por decepções, que ainda há um pouco de esperança em ti, Confesse que tu queres acreditar desesperadamente em novos planos e novos sonhos.
Anda, anda mais um pouco. Essa caminhada tem tirado seu fôlego eu sei que tem. As pontes altas que você pensou em se jogar, e imaginar que voaria por alguns segundos, já estão distantes demais. Então segue em frente, mesmo que pra isso tu tenhas que provocar dor em teu corpo, mesmo que pra isso tenha que abrir mão de pessoas e de sentimentos grandes demais. (Alinne Ferreira)
Sei que estas esperando que alguém
leia os pedidos de socorro em teus olhos,
e eles são tão claros.
Fazem quantos outonos que andas caminhando só?
A quanto tempo a solidão e a dor te acompanha?