é só mais letras.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

03:50h


Tudo que quero agora é causar dor física. Me cortar “acidentalmente” com alguma coisa, fazer a dor de um corte profundo ser maior que a dor que sinto por dentro. Fazer com que meu corpo clame por algumas horas de sono, algumas horas de paz. Mas não faço nada alem de entrar no banheiro para chorar... Como se alguém quisesse vigiar meu choro... Como se alguém se importasse se eu chorasse na sala, quarto ou cozinha, e fosse preciso me esconder. Mas não há ninguém que se importa, e mesmo assim eu me tranco e choro em silencio.

Todos os soluços e as lagrimas contidas ali, no chão do banheiro, serão apagadas amanhã de manhã. Apenas as marcas de uma noite errante ficaram por um longo tempo na minha pele e estampadas nos meus olhos criminosos, suicidas. Mas não há nenhum problema, pois ninguém costuma ver nada alem da cor esverdeada deles.

Apesar do esforço, não vou conseguir manter o sorriso amarelo. Nem a simpatia nos olhos. E nem a singeleza do toque. Haverá apenas um amontoado de tristeza, essa velha conhecida, que já se tornou parte de mim. Afinal, o que é um poeta sem sua dose desmedida de tristeza?


Alinne Ferreira

Um comentário: