Quando eu morrer, não fique triste.
Saia pra dar uma volta no parque, ande descalço na grama e espalhe seus dedos dos pés entre as folhas.
Compre um livro e escreva uma dedicatória.
Doe minhas roupas. Não venda nada que foi meu. Se desfaça de tudo.
Se houver algum dinheiro na minha conta, compre algo pra você.
Compre plantinhas.
Compre panelas.
Se tiver muito, viaje!!
Entregue meus livros na biblioteca municipal (principalmente aqueles em que grifei e anotei coisas).
Livre-se das coisas velhas, livre-se de cada pedacinho meu.
Tudo, absolutamente, tudo.
Me deixe só na sua memória e, talvez em algumas, fotografias que sei que não irá apaga-las. Você não se esquecerá de mim, não se preocupe. Você não poderia nem se quisesse…
Então, não alimente a sua dor. Não me guarde entre lágrimas.
Se lembre de mim todas vezes em que o sol transformar tudo em dourado, quando o céu ficar tão colorido que dá até vontade de chorar. Isso deve ser o suficiente.
Quero que aprenda a sentir a luz dourada na sua pele quando o sol estiver na sua última hora. É entre as 17h e as 18h da tarde. Exatamente a 1 hora antes do sol se pôr.. é ai que tudo ganha significado. Tudo fica terrivelmente dourado e bonito. E é como se o céu descesse entre nós.
Me faz acreditar… sabe, em anjos e milagres.
Quero que compre uma viajem pra Noruega, e vá assistir a aurora boreal. Me imagine dançando pra você nesse céu negro. Vai me sentir entre as luzes.
Verdes como meus olhos.
Na noite escura como os seus.
Assista minha série favorita “mindnigth gospel.” Chore muito quando terminar, e saiba que a gente se encontra.
Não importa quantas vezes.
Não importa quantas vidas.
Eu fui feliz, apesar da melancolia que me acompanhou desde cedo. Eu fui feliz. Eu juro que fui. Eu tive vocês, eu tenho a fé e também muito amor. Me deixa ir.
Me guarde entre seus sorrisos e não suas lágrimas.
Te amo para todo sempre, que transcende toda malha do cósmico.