é só mais letras.

domingo, 27 de outubro de 2024

o cometa em V

Eu quero que você seja a melhor versão que consiga ser.

Tem um cometa rasgando o céu como quem anuncia uma grande chegada ou um iminente fim. Deixando seu rastro no horizonte, próximo ao amanhecer de cada dia. Cheio de poeira cósmica e pedaços meus (e seus...). Na psicologia, elementos celestiais muitas vezes representam a transitoriedade e a impermanência. Um fenômeno raro e majestoso, mas também frágil e efêmero.

Em outra galáxia, universo ou espaço tempo seriamos nós ali em cima, pilotando isso, entrelaçados em uma dança cósmica. manobrando o cometa em direção a...

A que mesmo?

Há um cometa no céu do Brasil e eu só consigo me lembrar do seu lábio inferior.

Olha, olha pra gente.

Olha pro tamanho disso.

A raridade das coisas que aconteceram.

A probabilidade de nos amarmos. Esse céu, justamente assim. Tão raro e efêmero. Tão fácil de ser posto de lado, tão fácil de contemplar... e nós não abrimos nossos olhos..   

Tem de ser importante.

Mas não é.

É só uma passagem, uma passagem cronometrada e recorrente. Todos os astrônomos já mediram o tempo e a velocidade do percurso. Vamos nos encontrar muitas e muitas vezes... em outros universos e em outro espaço tempo. Isso foi apenas um rito de entrada.

Não significa nada. Já estava previsto, todo mundo sabia...

Não é novo.

Não é o único.

Não é o primeiro e não é o último.

 O amor grita o meu nome pela rua.

O amor me chupa, me engole e me mastiga.

O amor chora de felicidade ao meu lado.

Minha alma acende e vibra como nunca antes.

O amor fala meu nome em sussurros. 

O amor me acolhe, me aceita e me ama.


O amor lambe as minhas feridas antigas e novas. 

O amor me deixa sonhar.

O amor me mostra como é o afeto e carinho, mas não me traz nenhuma tranquilidade.

O amor me acorda cedo e me faz pensar sobre as possibilidades de vida sem ele.

O amor derrama todos meus líquidos.

Verte lágrimas dos meus olhos verdes.

 Molha a minha mão de suor.

Mancha a minha calcinha com tesao.

O amor me chama, mas eu não vou.

O amor me machuca 

O amor me cobra 

O amor arranca as minhas roupas sem pedir permissão. A permissão é ele.

sinestesia

você tem gosto de tangerina.


Você nunca prestou atenção nas coisas que eu disse.

Para seu ego:

Tem algumas ruas pela cidade que eu criei um carinho estranho por elas. Alguns lugares também.
Uma dessas ruas se parece com uma plataforma da nasa. Outra se parece com aquelas estradas longas dos USA e tem uma rua coberta por flores e outra de pedra. Tambem tem aquela estrada escura que da pra ver a cidade toda.

Quero ser lembrada com carinho.




segunda-feira, 11 de março de 2024

 O cometa Harley começou a sua volta pra nós em dezembro. 

Esse é o meu vigésimo oitavo verão.

Comecei uma faculdade mas ainda não sei o que eu estou fazendo. Maquiando todas as rotas de fuga. 

Eu tô cansada de procurar por amor.

Apagaria a minha mente se pudesse… mesmo que isso me custe muito. 

“Abençoado são os esquecidos, esquecendo o mundo e por ele sendo esquecido.” Eu me lembro do alto valor no mercado. 

Já se perguntou quem definiu que o ouro era mais valioso que a madeira? Ou que somos dono de algo?

Qual o sentido do rio que corta pra dentro de um país? Por que não pro mar? O caminho interior também é superestimado.

Entende?

Minerais coloridos tem preços inimagináveis e só pagamos mil reias pro rio cortar pra dentro.

Quem definiu o valor?

Você sabe o que quero dizer? 


preço alto por coisas.


Te venderia para qualquer império comercial que te desmonte. 

 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 Acho que é uma daquelas coisas que não tem pra onde correr 


Tenho me escondido entre livros e marijuana. Tenho evitado lugares lotados e sair de casa após anoitecer. Toda vez que penso sobre algo do passado, silêncio minha mente. É o que tem funcionado. Falo sobre os problemas depois, lido com eles com um profissional 

Lido como posso.

Até quando consigo 

Enquanto posso.. 


Meu relógio sempre apita as 00h

Eu sempre acho que é algum barulho novo até me dar conta, no terceiro ou quarto toque, que é meu relógio. Eu sempre deixo ele tocar, nunca procuro ou desligo. Talvez porque o barulho sempre me desperta de pensamentos recorrentes. Talvez por preguiça, estou sempre deitada e cansada. Tem dias em que não o ouço. Tem dias que talvez não toque!?  

(Ainda estou falando do relógio)

Guardo em uma mochila azul que está pendurada num mancebo, dentro de um bolso com zíper e escondido entre guardanapos da subway e escovinhas de sobrancelhas. Quer dizer.. na verdade eu acho que deve estar lá. Sabe como é, eu nunca desliguei o alarme. 


Eu tenho prometido textos, poesias e músicas a gente demais.

Sinto que até as palavra me deixaram. 

Me falta voz, fôlego e paz.

 Escrevo diálogos/conversas que nunca aconteceram.

Havia um nódulo no meu seio direito.

Sobre isso, é… confortador. 

Todas as vezes que eu quis, mas não pude.

Todas as vezes que eu pude, mas não quis. 

Duas das quais não foram nunca.

Um que partiu.

Um que quebrou.

Dois que sofreram.

Um que morreu.



quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Confessado

Se eu não escrever sobre eles, o que fica depois de toda dor? Pra onde vai tudo que senti? Entende? Escrevo pra dar lugar, não tenho com quem contar. Me escondo. Sinto vergonha por amá-los. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Preferia morrer do que ter que olhar seus olhos de novo e me apaixonar .
Coloque um preço em nosso futuro. Compre em 3x no cartão. Me esqueça se puder.
Mas você não pode. 
Nem com toda reza. 
Nem com toda fé.
Estou em você como um meteoro em queda livre na atmosfera.
Coloque um preço em nós.
Estou mesmo procurando algo pra comprar.

domingo, 17 de dezembro de 2023

A DOR

 Tenho a impressão de que quando sofremos, toda essa dor fica em um espacinho guardada no fundo do peito esperando pra doer de novo. Mas não é assim. A dor é uma emoção, uma energia que passa por nós, e cabe a nos mesmo direcionaras. Eu direciono minhas dores as letras e eu dedico a minha dor engavetada ao meu terapeuta. 

Do mais,  passa. Direciona. Tudo isso porque f(d)oi. Principalmente quando dói.


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Sobre a morte horrorenda de eduard delacrux e a foto que te enviei.

Eu terminei aquele livro. O que resgatei da biblioteca comunitária com páginas amarelas. (a fonte do texto escolhida pelo autor ainda me lembra você.)

Como se tudo me envolvesse na trama. 

Na teia.

O título como milagre

e o nosso encontro foi verdadeiramente um milagre. Só pra você.

O livro era roubado.

assim como nós.

pelo tempo, dinheiro, nosso trabalho e medos.

(Assim como nosso futuro.)

(Deixado de lado)

Tão trágico. 

Cruel. 

Tão sábio e verdadeiro.


De tudo que gastamos, o mais caro foi o tempo. Ironicamente, isso me dá um alívio. 


E cronos é quem tem nos jogado as cartas, regido nossa língua, brincando com o nosso sexo, escrito nosso nome no céu e registrando tudo que fomos.


Um deus tão cruel, quanto nós.

E não poderia ser diferente.

Você não teve misericórdia e eu não tive medo. Eu nunca tenho medo. Te disse isso duas vezes. O medo confunde.


Um Deus tão cruel quanto nos.

Calculando as rotas de saída sozinhos.

Tecendo orações ao nada.

Suplicando como quem conta carneirinhos até pegar no sono.

No fim, os budistas estão certos. Somos os nossos próprios Deuses.

Cheios de si. Com um dEUs tão grande e cruel na maior parte do tempo. 

Um olhar indiferente se equilibrando entre passado e presente. 


Um deus tão cruel quanto nós.

Entendendo errado tudo que vê, que ouve. Ignorando os sinais e seguindo em frente como se o farol tivesse verde. Sem falhar, sem olhar, sem cair. 

Vermelho. Nos dois pagamos a nossa pressa com vida. 


Um Deus tão cruel quanto nós.

Cortando as asas do próprio filho.

Deixando livre o próprio eu’s.


Vai lá então, seja o que quiser. Ganhe o mundo. O Deus do tempo conta seus minutos. Te da juventude. Te da saúde. Vai. Ganha o mundo. Faz melhor do que faria se estivesse com eles. Faz valer a sentença do tempo. Se entrega na malha, no rio que corre sem cessar. Sem tempo pra tomar fôlego, apenas se entregue e deixe fluir como as águas. 


Todo o tecido fino entre a dor e a compaixão. 



Quantas vezes mais ?

Quantos quases, mais?